Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), as exportações do produto pelo país totalizaram o equivalente a 3.695.260 sacas de 60 kg em 2018, superando em 6% os embarques registrados em 2017. Em receita cambial, porém, houve um declínio de 7%, com o ingresso de divisas saindo de US$ 642,5 milhões para US$ 595,7 milhões no ano passado.
O desempenho das exportações de solúvel do Brasil coloca o segmento no segundo lugar entre os tipos de café remetidos ao exterior em 2018, respondendo por 10,5% do total e ficando atrás apenas da variedade arábica, com sua representatividade de 82,4%. O preço médio do produto, de janeiro a dezembro, foi de US$ 161,20 por saca.
Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics, destaca que, em relação ao volume das remessas, o país registrou crescimento para a maioria dos continentes, com exceção a África (-18,7%) e União Europeia (-2,8%). “No segundo caso, o recuo foi puxado pela Alemanha, que diminuiu em 27% a importação do café solúvel brasileiro”, revela.
Nos países europeus que não compõem o bloco econômico, o ingresso do produto cresceu 39,1%, puxado pelos avanços registrados na Ucrânia (+41%) e na Sérvia (+37%). O continente asiático também apresentou avanço em volume, que foi liderado pelos crescimentos em Indonésia (+33%), Myanmar (+78%) e Coreia (+26%), respectivamente quarto, nono e 15º principais clientes brasileiros.
O diretor da Abics também destaca a maior penetração do café solúvel brasileiro nas nações da América do Sul. “Observamos um crescimento de 27,5% em volume, com destaque para o avanço nas importações de Argentina, com 21%, Peru, com 104%, e Chile, com 80%. Esses países ocupam os postos de quinto, 10º e 17º lugares no ranking mundial de destinos das exportações nacionais”, aponta.
No que se refere à receita obtida com as exportações de café solúvel do Brasil, houve recuo em quase todos os continentes. “As exceções foram a América do Sul, onde houve alta de 6,5%, e os países europeus fora da UE, que gastaram 24,1% a mais. O desempenho positivo nessas localidades se deveu ao crescimento do volume exportado”, conclui Lima.
PRINCIPAIS DESTINOS
Os principais compradores do café solúvel brasileiro no ano passado foram: (i) Estados Unidos, com a aquisição de 644.301 sacas (US$ 97,256 milhões); Rússia, com 439.062 sacas (US$ 75,964 milhões); Japão, com 304.074 sacas (US$ 65,791 milhões); Indonésia, com 280.923 sacas (US$ 39,944 milhões); e Argentina, com a aquisição de 239.564 sacas (US$ 32,921 milhões) do produto nacional.
Confira o desempenho das exportações do setor em 2018 no site da Abics: https://abics.com.br/noticia.php?noticia=123&desempenho_das_exportacoes_de_cafe_do_brasil_2018.