ENCAFÉ: Abics vê condições para acordo preliminar com UE em 2019 sobre café solúvel do Brasil

Por Clarice Couto / AE Broadcast Agro — O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães, acredita que há condições para o Brasil estabelecer um “acordo preliminar” com a União Europeia ainda em 2019, no sentido de suspender a tarifa de 9% imposta pelo bloco às exportações brasileiras de café solúvel. “As conversas com a União Europeia já se arrastam há muito tempo e evoluíram bastante. Acho que teríamos condição de pelo menos chegar a um acordo preliminar com eles ao longo de 2019”, disse Guimarães ao Broadcast Agro, nos bastidores do 26º Encontro Nacional das Indústrias de Café (26º Encafé), promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) em Punta del Este, no Uruguai. Ele lembrou, ainda, que a UE já suspendeu a tarifa para outros países que exportam café para o bloco.

“Não há resistência do outro lado, há vontade de negociar. E do nosso lado é preciso disposição e coragem para negociar. Quem quer alguma coisa precisa oferecer outra em troca”, ponderou.

O presidente da Abics disse ver com bons olhos a intenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e sua equipe, de não se limitar a acordos em bloco, que “atrasam as negociações”, na avaliação de Guimarães, e buscar acordos bilaterais. “Se o Brasil puder negociar sozinho com a União Europeia, será muito positivo”, disse o executivo.

Outro mercado na mira da Abics é o da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês). Mas a conquista desses mercados, na avaliação de Guimarães, não deve ocorrer no curto prazo porque o processo de conversas com os governos locais precisa ser iniciado.

A negociação com a União Europeia será uma das pautas levadas pela Abics, juntamente com Abic, Conselho Nacional do Café (CNC) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) à futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a partir do próximo ano. “Estamos muito confiantes e empolgados com a nova ministra, acho que ela manterá a mesma linha de trabalho adotada pelo ministro Blairo Maggi”, avaliou Guimarães.

Outra questão na pauta de prioridades da Abics é uma reforma tributária que acabe com o acúmulo de créditos tributários pela indústria do café. “Nós acumulamos esses créditos e não conseguimos receber. Perdemos entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões por ano, considerando os custos financeiros e o fato de recebermos os créditos dois anos depois com deságio de 30%”, comentou Guimarães.

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