A nova cara do café solúvel

FOTO FELIPE RAU/ESTADÃO

O Estado de S. Paulo – 29 Jun 2021 – Ensei Neto ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Se só de ouvir falar em café solúvel você já vira os olhos, com total desprezo, este teste realizado pelo Paladar servirá como um convite para deixar o preconceito de lado e se abrir para novas experiências. É verdade que a má reputação do café instantâneo, como também é chamado, não é de graça: no Brasil, bem como na Europa e nos Estados Unidos, ele é visto como um produto de qualidade regular (quando não, pior) em razão de os produtos oferecidos serem preparados, principalmente, a partir de grãos da espécie Coffea canephora e suas variedades conilon e robusta, de maior rendimento de processo industrial.

A boa notícia é que, por aqui, há um movimento para oferecer café solúvel de excelente qualidade pelas principais torrefações, acompanhando uma tendência global. Destaque para as badaladas Intelligentsia, de Chicago; Ritual, de San Francisco; e Blue Bottle, de Oakland, que passaram a oferecer suas versões de café instantâneo. Na Europa, o destaque vai para a italiana illy, com blend de arábicas, e para a alemã The Barn, que mantém um excelente café instantâneo preparado com grãos naturais etíopes Dambi Uddo.

Curiosamente, o Brasil produz café instantâneo com grãos de café arábica desde a década de 1980, com a Cia. Iguaçu de Café Solúvel. A produção, porém, era exclusiva para exportação para o mercado japonês. já é possível encontrar no mercado uma porção destes novos cafés instantâneos, promovemos uma degustação às cegas para avaliar 11 destes produtos.

Além de mim, Ensei Neto, especialista no assunto e autor do blog Um Café para Dividir (bit.ly/cafeparadividir), a prova, realizada no Centro de Preparação de Café do Sindicafé São Paulo, contou com um júri de peso, que se relaciona com a bebida de diferentes formas: Camila Archanjo (do Sindicafé), Maurício Maia (do blog O Cachacier) e a chef Carla Pernambuco. Cada jurado foi colocado em uma cabine de avaliação sensorial para provar as amostras de café preparadas na proporção de 1:39 (10g de café instantâneo para até 400 ml de água) – o equivalente a uma colher de chá para uma caneca de 240 ml. A água utilizada foi padronizada em sistema Pentair e aquecida a 96°C para o serviço.

No geral, a degustação surpreendeu os jurados por conta da alta qualidade, “inesperada desse tipo de café”, declararam. Boa acidez, notas frutadas e baixo amargor foram os pontos altos encontrados durante a prova. “Muito diferente do que se conhecia até agora”, afirma Maia. O resultado, para mim, mostra que o café especial, agora como instantâneo, rompeu sua última barreira.

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