Robusta: o impasse entre preço, volume e importação

Por Equipe CaféPoint / Thais Fernandes 

O pedido de importação de café verde feito por setores da indústria de café torrado e moído e de solúvel trouxe à tona a dúvida quanto à quantidade de robusta que ainda há nos estoques brasileiros. Em entrevista exclusiva ao CaféPoint, o diretor do SINCS (Sindicato Nacional das Indústrias de café Solúvel) e da Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel), Aguinaldo Lima (foto: Divulgação ABICS), falou sobre outra questão. “Se houver café em estoque, quanto dele estaria disponível para venda?”, questionou. A indústria de solúvel busca abertura para trabalhar importação de café verde em regime drawback. “Até 80% do que produzimos é exportado e agora com a escassez de conilon temos comprometido não só o aumento de embarques, mas o próprio market share (grau de participação de uma empresa no mercado) atual. Vamos perder clientes por não poder firmar compromissos a partir de fevereiro”, pontou. A indústria de torrado e moído precisaria seguir regras impostas pelo governo federal e teria suas taxas aumentadas caso ultrapassasse o limite de volume importado por mês. Já no caso do drawback, onde não há impostos para importação, Lima afirma que a indústria de solúvel já apresentou propostas para chegar a um denominador comum com produtores. “Vamos fazer esse compromisso de não exceder o volume de 230 mil sacas por mês e o período seria até abril de 2017”. Ainda de acordo com a Abics, a origem requisitada teria de ser de café do Vietnã – único que teria condições de cobrir a necessidade em termos de volume e preço mais competitivo. “As vendas do ano que vem estão paralisadas. As indústrias vêm firmando compromisso apenas com clientes muito próximos e ainda assim trabalhando com menos tempo de venda. E tem países que são extremamente agressivos no setor de solúveis. Índia e Vietnã, por exemplo. Cliente perdido, é perdido para nós e para os produtores no Brasil”, afirma Aguinaldo. Fontes ouvidas pelo CaféPoint temem pelo estremecimento de relacionamento entre a indústria e os produtores. “Se tem um cliente que é fiel ao conilon brasileiro é a indústria de solúvel”, ressalva Aguinaldo Lima.

Outras notícias

‘Cafés do Brasil’ apresentará novo posicionamento setorial para fortalecimento da marca, na SIC, em Belo Horizonte

30 de outubro de 2025

Trabalho feito com as entidades cafeeiras do país reposiciona a marca com o inovador conceito ‘ESG+T’, que destaca a tecnologia como força motriz d...

Café solúvel da Nestlé recebe Selo de Qualidade ABICS

8 de outubro de 2025

NESCAFÉ® GOLD é o primeiro a estampar a certificação, da categoria Excelência, em sua embalagem O NESCAFÉ® GOLD, produzido pela Nestlé, é o prim...

Café solúvel: tarifaço derruba exportação aos EUA em 60% ante ago/24

15 de setembro de 2025

Queda significativa frustra possibilidade de embarques recordes no ano e preocupa novo presidente da entidade; receita cambial, porém, deve ser his...

Café solúvel – Manifesto ABICS sobre taxação de 50% sobre cafés do Brasil

1 de agosto de 2025

A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), entidade que representa a totalidade do segmento industrial de produto estabelecidas ...
plugins premium WordPress