A Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS foi fundada em 1972 para reunir as 11 indústrias de café solúvel existentes na época. Nesse período, a economia cafeeira era fortemente regulada pelo Estado, através do Instituto Brasileiro do Café – IBC, dessa forma, era imperativa e necessária a criação de uma entidade de representação dos interesses das indústrias de café solúvel para atuar como interlocutora junto aos Governos e à referida autarquia.
Ao final da década de 80 e durante a de 90, com as mudanças na economia brasileira e a diminuição da regulação estatal no mercado do café, o fim do Acordo Internacional do Café – AIC, em 1989, e a extinção do IBC, em 1990, foi necessário repensar o papel e a atuação da ABICS.
Tanto as empresas, quanto a Associação, precisaram redirecionar seu comportamento estratégico e institucional no diálogo com a sociedade e o Estado, passando de uma visão de curto prazo para a definição de estratégias de também médio e longo prazos, representando o setor diante de instituições governamentais, privadas e juntos aos mercados interno e externo.
Ao longo de sua história, viu florescer o auge de possuir 18 indústrias de solúvel, que, ao longo do tempo, foram sendo extintas pela falta de competitividade e capacidade de suportar financeiramente os períodos de desequilíbrios dos preços café, predominantemente nos cafés canéforas (80% da necessidade de matéria-prima, os outros 20% são de cafés arábica), já que, em determinados períodos de tempo, o café brasileiro se torna muito mais caro que os produzidos em países concorrentes.
Uma forma de mitigar essa situação seria importar grãos desses países em operações de “drawback”, mantendo a regularidade de oferta das indústrias brasileiras em posição de igualdade com as indústrias internacionais, que naturalmente têm acesso à produção de matéria-prima proveniente de nações concorrentes.
Como no Brasil existia o paradigma de não poder importar café em grão, muito mais por pressões políticas do que técnicas, muitas empresas, para honrar seus contratos de fornecimento, tinham sérios prejuízos ao adquirir matéria-prima mais cara, que, depois de processada, era destinada aos mercados que, efetivamente, haviam comprado o produto. É válido ressaltar que o café solúvel e seus derivados são, geralmente, comercializados com prazos que variam entre quatro e 18 meses à frente.
Esse fato fez com que o setor encolhesse gradativamente, chegando, em 2015, a apenas cinco grandes indústrias, todas fortemente consolidadas, com mais de 50 anos de existência, sendo elas Nestlé, Cia. Cacique, Cia. Iguaçu (hoje IGC), Cocam e Realcafé, as quais, pelo perfil de conglomerados, tinham maior capacidade de fluxo financeiro para enfrentar períodos pontuais de desequilíbrio de preços.
Em 2017, a ABICS, com grande articulação técnica, política e muito diálogo, conseguiu a liberação de importações de cafés canéforas do Vietnã, cujas importações são realizadas de forma muito pontual, em regime de “drawback”, e para a elaboração de blends que atendam ao mercado.
Com o enfretamento das crises provocadas pelos ciclos de desequilíbrios de preços e a concorrência acirrada de novas plantas fabris sendo instaladas mundo afora, as indústrias remanescentes adotaram como estratégia de sobrevivência a especialização e, assim, consolidam-se como grandes fornecedores mundiais de solúvel como matéria-prima a granel, para uma infinidade de marcas espalhadas pelos quatro continentes.
Entre os anos 60 a meados dos anos 90, a maior parte do solúvel brasileiro era exportada em marcas das próprias indústrias processadoras – como, por exemplo, uma das mais conhecidas mundialmente, o café Pelé – e os embarques a granel eram inferiores a 30%. Porém, as pressões concorrenciais e a facilidade das novas indústrias concorrentes locais em fazerem a distribuição nas suas regiões de influência comprometeram duramente a competitividade de produtos brasileiros embalados e prontos para serem colocados aos consumidores.
Diante desse cenário, as indústrias brasileiras foram, gradativamente, especializando- se no fornecimento de matéria-prima solúvel a granel, extratos e concentrados, modernizando suas plantas de produção, produzindo os mais variados tipos de bebidas exigidas pelos importadores, incorporando diversas certificações internacionais e estratégias comerciais mais agressivas e ousadas.
Embora o Brasil tenha perdido valor agregado em fornecer produtos prontos por falta de competitividade – hoje, menos de 10% dos produtos exportados vão envasados em embalagens prontas com marcas próprias das indústrias –, o setor se tornou eficiente e competitivo no fornecimento de produtos a granel, estratégia que se viu acertada e que mantém o Brasil na liderança mundial do setor, mesmo enfrentando ameaças que precisam ser mitigadas.
A ABICS representa 100% da produção de solúvel do Brasil, contando com as sete empresas e oito plantas de produção em seu quadro de associados, que formam o maior complexo de fabricação de café solúvel do mundo e possuem capacidade para processar até 132 mil toneladas ano. O quadro de associados da ABICS conta com todas as indústrias do segmento após, em 2017, ter havido a filiação da única indústria de pequeno porte de fabricação de solúvel no Brasil, a empresa mineira Café Campinho, e, a partir de 2021, a filiação da empresa OFI, multinacional do grupo OLAM, que iniciou suas atividades de fabricação de solúvel em maio de 2023.
Nos últimos quatro anos, o setor investiu cerca de R$ 2,3 bilhões em melhorias tecnológicas e ampliação de produção. Investimentos que ajudam o Brasil a manter as lideranças mundiais de produção e exportação, tendo como destino mais de 120 países nos últimos 10 anos, proporcionando divisas superiores a US$ 700 milhões em 2023.
O café solúvel é o 13º produto mais exportado do agronegócio brasileiro. Trata-se de um parque industrial predominantemente exportador – 80% do que produz é exportado – competindo com indústrias do mundo todo, mantendo um market share de exportação estável entre 14% e 16% do total mundial, muito pelo reconhecimento e pela tradição de sua capacidade em honrar seus contratos, com a garantia de fornecimento e de qualidade, inclusive atestadas por diversas certificações internacionais.
Em 2015, a ABICS elaborou, em conjunto com as indústrias do setor, um planejamento estratégico denominado “Plano de Desenvolvimento do Café Solúvel do Brasil”, cujo objetivo foi aumentar as exportações em até 30% durante os próximos 10 anos seguintes – desde que as condições de cenário nacional e internacional não gerassem intercorrências que atacassem questões estruturantes, dentre elas a viabilização do “drawback” e a prática de estratégias comerciais e promocionais mais efetivas –, com o desafio de atingir o valor de US$ 1 bilhão em divisas de exportações para o país.
Na representação institucional do setor, a ABICS tem atuação e administração conjunta com o SINCS – Sindicato Nacional das Indústrias de Café Solúvel, operando no mesmo endereço e sede, localizada no prédio da FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Essa proximidade com a FIESP proporciona grande trânsito do segmento na representação dos interesses das indústrias no Estado e, nacionalmente, através da CNI – Confederação Nacional da Indústria, onde a ABICS faz parte de vários fóruns de discussões.
A Associação também atua na imagem pública da cadeia produtiva do café solúvel, estabelecendo canais de comunicação com outros setores da economia, da mídia e da sociedade. Além disso, sugere e apoia políticas de investimento em tecnologia cafeeira à melhoria da qualidade do café em todas as etapas de processamento, tendo como foco a rastreabilidade e a sustentabilidade da cadeia do café.
A ABICS promove, ainda, o intercâmbio e a integração científica e operacional com instituições nacionais e estrangeiras e realiza o acompanhamento e o registro estatístico das exportações, elaborando diagnósticos e estudos sobre a inserção do café solúvel no mercado nacional e internacional.
PRESIDENTE
Fábio Sato IGC
VICE-PRESIDENTE
Bruno Moreira Giestas REALCAFÉ
DIRETOR ADMINISTRATIVO
Eduardo Barci Foz COCAM
DIRETOR FINANCEIRO
José Massao Yamaguchi IGC
DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITICIONAIS
Aguinaldo José de Lima
Fernando de Oliveira COCAM
Roberto Aparecido Seugling IGC
Antonio A. M. Reis – Duda REALCAFÉ
Fábio Sato IGC (Presidente)
Bruno Moreira Giestas REALCAFÉ (Vice-presidente)
Sergio Ricardo de Almeida CACIQUE
Lewis George Collard COCAM
Jose Massao Yamaguchi IGC
Wanderson Guerra Leal REALCAFÉ
Taissara Martins NESTLÉ
Paulo Ferro CACIQUE
Sérgio Almeida CACIQUE
Roberto Aparecido Seugling IGC
José Massao Yamaguchi IGC
Fernando de Oliveira COCAM
Marcos Marcelo Murari COCAM
Mirela Oliveira NESTLÉ
Bruno Vidal REALCAFÉ
Wanderson Guerra Leal REALCAFÉ
Alfredo Silveira CAMPINHO
Eder Barcelos OFI
Fábio Sato IGC
Luiz Geraldo Rodrigues de Queiroz IGC
Ícaro Carneiro da Silva CACIQUE
Rafael Sant’anna CACIQUE
Eduardo Barci Foz COCAM
Lewis George Collard COCAM
Bruno Moreira Giestas REALCAFÉ
Sérgio Tristão REALCAFÉ
Karina Santos NESTLÉ
Vikram Aditya Watal OFI
Larissa Aizzo IGC
Ícaro Carneiro da Silva CACIQUE
Thais Freitas CACIQUE
Renato Miguel da Cruz COCAM
Robert M. Junior COCAM
Bruno M. Giestas REALCAFÉ
Gabriela Monsanto NESTLÉ
Marcella Stricagnolo JDE
Raquel Costa JDE
Jonatas Rocha MELITTA
Rosiane Wang MELITTA
Natalia Alves MELITTA
Vikram Aditya Watal OFI
Fabricio Tristão OFI
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