Com o início da safra 2017/18, indústrias mantiveram-se retraídas, à espera de preços melhores e de maior volume de aquisições
O preço médio do robusta caiu significativamente em abril, atingindo patamares inferiores a R$ 400/sc no final do mês. No dia 24, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, fechou a R$ 394,42/saca de 60 kg, o menor patamar real desde outubro de 2014.
As cotações do robusta foram pressionadas principalmente pelo início da safra 2017/18, que manteve compradores afastados do mercado. Em abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta peneira 13 acima teve média de R$ 411,31/saca de 60 kg, 7,5% inferior à de março. O tipo 7/8 bica corrida recuou 8,1% na mesma comparação, com a média passando para R$ 400,76/sc.
Em relação ao mercado internacional, o contrato Julho/17 do robusta, negociado na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), fechou a US$ 1.946,00/tonelada em 28 de abril, queda de 10,3% na comparação com 31 de março.
O mercado de robusta permaneceu travado durante todo o mês de abril. Com o início da safra 2017/18, indústrias mantiveram-se retraídas, à espera de preços melhores e de maior volume de aquisições. A colheita no Espírito Santo teve início em meados de abril e, em Rondônia, no final de março. Em ambas as regiões, porém, o ritmo das atividades esteve lento, devendo se intensificar apenas neste início de maio.
Apesar do lento começo, os resultados desta safra podem ser um pouco melhores que os obtidos na temporada anterior, tanto em qualidade quanto em rendimento, já que o clima foi um pouco mais favorável ao desenvolvimento da safra que na temporada 2016/17.
Foram registradas precipitações ao longo do mês nas regiões produtoras de robusta, principalmente em Rondônia, onde o acumulado mensal foi de 293 mm na estação da Cacoal, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Já no Espírito Santo, a estação de Linhares registrou 50,8 mm no mesmo período.
Segundo colaboradores do Cepea, as chuvas não atrapalharam a colheita, sendo essênciais para a diminuição do estresse das plantas durante a atividade, sendo também importantes para a próxima safra 2018/19.
Quanto ao mercado, a queda dos preços internos manteve vendedores afastados, o que travou as negociações. Além dos preços menores, a liminar suspendendo o Funrural (Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural) para produtores levou muitos agentes a continuar fora do mercado no início do mês.