Renata Silva
Embrapa Rondônia
No dia 9 de maio, durante a Trip to Origin, foi realizada a solenidade de criação da Associação dos Cafeicultores da região da Indicação Geográfica dos Robustas Amazônicos – Caferon, marco fundamental para o processo de reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) dos Robustas Amazônicos. O presidente empossado, Juan Travain, destacou a importância desse selo de reconhecimento.
“A união das famílias para a produção de cafés de qualidade e sustentáveis é fundamental para agregar valor e organizar os produtores. Precisamos enxergar o café como um alimento, levar para a mesa das famílias brasileiras um produto melhor e mais saboroso”, afirmou.
A Caferon é composta por cafeicultores de 15 municípios: Alta Floresta d’Oeste, Cacoal, São Miguel do Guaporé, Nova Brasilândia d’Oeste, Ministro Andreazza, Alto Alegre dos Parecis, Novo Horizonte do Oeste, Seringueiras, Alvorada d’Oeste, Rolim de Moura, Espigão d’Oeste, Santa Luzia d’Oeste, Primavera de Rondônia, São Felipe d’Oeste e Castanheiras.
A união destes municípios receberá denominada como “Matas de Rondônia”. O reconhecimento formal da IG no País e responsabilidade Geográfica cabe ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI, autarquia do governo federal.
Por meio de diagnósticos e análises técnicas realizadas em Rondônia, pela Rede Nacional de Inovação e Produtividade – RENAPI, programa vinculado à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, foi efetivada a contratação da empresa AJLima Consultoria em Agronegócios, para a realização de serviços técnicos de elaboração e aplicação de metodologia para a Indicação Geográfica de região produtora de café em Rondônia, por meio do contrato 016/2018.
Trata-se de um processo que pode levar anos, mas os primeiros passos foram dados. Segundo o analista de produtividade e inovação da ABDI, Antônio Tafuri, um dos resultados imediatos no processo de IG é a identificação, o reconhecimento e a divulgação de atributos do café da região à sociedade e à indústria.
“A aproximação da indústria com a cadeia produtiva e sua organização traz inúmeros benefícios, como a percepção da qualidade e valor do café. Isso pode gerar novos produtos que estarão disponíveis aos consumidores em um curto espaço de tempo”, explica Tafuri.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel – ABICS, Pedro Guimarães Fernandes, o processo de Indicação Geográfica é uma ideia revolucionária e que vem em um momento muito apropriado, em que os consumidores querem saber de onde vêm os produtos que eles consomem, de que maneira está sendo produzido, se é sustentável e se agrega valor para a comunidade.
“A IG é fantástica e vai abrir possibilidades de comercialização do café de Rondônia, incluindo o solúvel. A indústria de solúvel é o maior comprador dos cafés do estado e exporta para mais de 180 países. Isso abre possibilidades imensas de comercialização do café solúvel, verde e isso agrega valor e todos da cadeia ganham com isso”, conclui Pedro Fernandes.